Programação
Funcionamento da Residência Formigueiro:
18/01 a 06/02
Exposição CÖCÖCÖCÜ:
09/02 a 09/04 – Galeria Sotero Cosme (MACRS) – CCMQ, 6º andar
Atividade formativas:
18/01 – 18h (Sala Sérgio Napp – 2º andar CCMQ)
Palestra de abertura com o biólogo Hélio Soares Júnior e o urbanista Leonardo Braw.
Em Mirmecoesfera: as formigas como agentes de transformação, a ideia de Hélio é conversar sobre quem são as formigas e o que faz desses pequenos seres pertencentes a uma única família, a Fomicidae – essa por sua vez encaixada no enorme e diversificado grupo dos Insecta – se destacar tanto na natureza. Para isso iremos conversar sobre a sua biologia e tentar responder a uma série de perguntas, tanto básicas sobre a alimentação das formigas como complexas sobre seus comportamentos e papéis ecológicos.
Já em Os desafios da cidade para além de pensar o futuro, a ideia de Leonardo é localizar as cidades no contexto das crises multidimensionais que o planeta está vivenciando, ao mesmo tempo que tentar fazer um apanhado geral das ferramentas e instrumentos desenvolvidos nos centros urbanos para a tomada de decisões sobre problemas estruturais que diferentes sociedades enfrentaram no passado, enfrentam no presente e terão que enfrentar no futuro, sobretudo em um panorama de disputa de narrativas e visões de mundo: de um lado economicistas e oligarcas, por outro, comunitaristas e horizontais. A ideia é lançar provocações que incentivem as pessoas a abraçarem a complexidade do organismo vivo Cidade, buscando ensaios de mundos alternativos que vão além das soluções baseadas na Natureza, chegando em possibilidades que aliam ideias socialmente justas e ambientalmente viáveis.
19 e 20/01 – 10h – 12h (Sala Sérgio Napp – 2º andar CCMQ)
Oficina “Comunidades interespecíficas e os espaços que habitam” com Daiana Schröpel.
Trata-se de uma atividade prático-reflexiva que propõe prospecções sobre a relação entre o humano e o não humano e suas interações com o meio que habitam. Por meio da reflexão sobre conceitos e noções pertinentes à temática proposta e da realização de caminhadas na Casa de Cultura Mário Quintana e em seu entorno, pretende-se desenvolver a percepção e a sensibilidade acerca do tema proposto.
A partir da proposição de exercícios práticos voltados à observação e ao registro de relações interespecíficas, objetiva-se ampliar percepções e visibilidades sobre contextos ambientais locais, refletindo sobre as relações do humano com o seu entorno biótico e abiótico, assim como estimular a prospecção sobre outros modos de existência.
Programação de performances em parceria com o Farol.live no Farol Santander (R. Sete de Setembro, 1028)
17/01 – 20h
“Espírito”
Uma colaboração entre a dupla de músicos M Takara e Carla Boregas e o artista e programador Dimitri Lima. “A ideia é criar uma peça inspirada nos percursos das águas subterrâneas canalizadas na região do Anhangabaú, seus momentos de transbordamento e alagamento, e o retorno caótico dessas águas para a natureza”, diz Boregas sobre a obra que traz uma reflexão sobre o conflito entre o urbano e o meio ambiente.
Carla Boregas é uma artista que trabalha com som explorando sintetizadores analógicos e digitais, baixo elétrico, gravação de campo e sons acústicos com ênfase em textura, repetição e sensorialidade. Criando atmosferas imersivas e também paisagens sonoras expansivas, tanto em seu trabalho solo quanto em colaboração com outros artistas. Ela começou em 2011, quando co-fundou o RAKTA. Ela também é metade do FRONTE VIOLETA, uma dupla transdisciplinar que investiga o som de forma multissensorial.
Maurício Takara toca bateria e percussão com as bandas Hurtmold, RAKTA e São Paulo Underground (com o trompetista Rob Mazurek). Takara também é muito ativo na cena de improvisação e música experimental de São Paulo. Em seu trabalho solo usa a bateria e a percussão em conexão com sintetizadores e efeitos eletrônicos, explorando o lado mais abstrato e melódico dos ritmos e dos sons percussivos.
Dimitre Lima é artista e programador. Utiliza tecnologia como ferramenta de expansão das possibilidades de expressão artística. Realizou projetos como o Poster Calendário Lunar (2011-2022), A obra VENTOAGUA na Galeria Digital do SESI-SP (2017) e o encerramento dos Jogos Paralímpicos Rio 2016.
31/01 – 20h
“Degelo”
Uma performance audiovisual sobre o aquecimento global, executada a partir de um instrumento criado pelo artista. A performance aborda a forma predatória que o ser humano tem tratado o planeta e um dos seus consequentes resultados – o derretimento das calotas polares.
Durante aproximadamente 30 minutos, a apresentação intercala momentos de tensão com outros em que uma aparente calma é apenas um suspiro antes que novas fraturas voltem a acontecer. A performance é executada a partir de um instrumento criado pelo artista, que consiste em um bloco de isopor com 2 microfones (piezos) embutidos. O som captado é modulado por efeitos e gera padrões rítmicos intensos que transmitem a ideia de tensão, que permeia toda a apresentação. O instrumento é tocado arrancando-se partes dele até que sobrem apenas pequenos pedaços. Uma câmera capta os movimentos das mãos na chapa de isopor, e uma programação aciona trechos curtos gravados ao longo da performance, criando representações sonoras e visuais da fragmentação de geleiras.
Henrique Roscoe é artista digital, músico e curador. Trabalha na área audiovisual desde 2004. É graduado em Comunicação social pela UFMG e Engenharia Eletrônica pela PUC/MG e tem especialização em Design pela FUMEC. No início de 2008 iniciou um novo projeto audiovisual conceitual e generativo chamado Hol, com o qual já se apresentou nos principais festivais de imagens ao vivo no Brasil como FILE, ON_OFF, Live Cinema, Multiplicidade, KinoLounge, FAD e também no exterior, na Itália (LPM), Suíça (Mapping Festival) e Bolívia (Dialectos Digitales). Participou de festivais de vídeo em vários países como Alemanha, França, Espanha, Holanda e EUA com documentações de suas composições.
08/02 – 18h na Praça da Alfândega
“Céu-duro”
Performance desenvolvida pelo coletivo Grupelho como resultado da residência Formigueiro. Como despertar a percepção para as relações interespécies que ocorrem na praça? A partir desta pergunta, o Coletivo Grupelho elabora a performance Céu-duro, desdobramento do processo artístico vivido nas três semanas da residência artística Formigueiro. A tentativa de resposta se esboça na criação de um momento performativo em que as percepções do corpo individual revelam sentidos coletivos. Para pensar o espaço, é preciso reelaborar o corpo. Esta reelaboração enquanto ocupante da cidade é mediada por um objeto relacional desenvolvido pelo Grupelho, inspirado na relação do peso das formigas com a tensão superficial da água – fenômeno causado por uma teia de moléculas na superfície do líquido, altamente associadas entre si por ligações de hidrogênio – característica que possibilita que as formigas transportem gotículas de água na própria mandíbula. Céu-duro refere-se à maneira com que a matéria é sentida, dada a proporção de uma formiga.
25/02
“CÖCÖCÖCÜ REMIX”
Performance audiovisual desenvolvida por todos os residentes como resultado da residência Formigueiro. A partir de imagens, sons, textos e objetos produzidos ao longo das três semanas de imersão da residência, apresentou um experimento performático de improvisação e imbricamento de linguagens.